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Tem havido uma evolução na melhoria da empregabilidade de profissionais com incapacidade, mas ainda há um longo caminho a percorrer, quer do ponto de vista de legislação, quer do lado da partilha de informações.
Por isso, neste artigo, trazemos informações que poderão ser muito úteis para quem procura emprego ou para quem deseja empregar portadores de deficiência. Desde dicas práticas para procurar emprego, onde encontrar, quais as melhores profissões até à legislação e apoios disponíveis, iremos abordar este tema com todo a atenção que merece.
Dicas práticas para procura de emprego
Para portadores de deficiência, a procura de emprego apresenta muitos desafios. Mas vamos começar pelo princípio, como sugerimos a todos os profissionais que leem os nossos artigos.
👉 Elaboração de o currículo ideal e carta de apresentação cativante: Destaque as suas habilidades e experiências relevantes de forma clara e objetiva. Se necessário, inclua informações sobre adaptações ou tecnologias assistivas que o ajudem no local de trabalho.
👉 Preparação para entrevistas de emprego: Antes da entrevista, pesquise sobre a empresa e o cargo em questão. Esteja preparado para discutir as suas habilidades e como pode contribuir para o sucesso da empresa. Seja claro e assertivo ao comunicar as suas necessidades e capacidades.
👉 Networking: Construa uma rede de contactos profissionais através de eventos, redes sociais e organizações de apoio a pessoas com deficiência. O networking pode ser uma ferramenta poderosa na procura de emprego, ajudando-o a descobrir oportunidades e obter suporte durante o processo de procura.
Lei da Contratação de Pessoas com Deficiência
No contexto do mercado de trabalho português, a importância da integração de pessoas com deficiência tem sido cada vez mais reconhecida nos últimos anos, sendo impulsionada pela Lei n.º 4/2019, de 10 de janeiro. Esta lei estabeleceu um sistema de quotas de emprego para pessoas portadoras de deficiência (grau de incapacidade igual ou superior a 60%).
Desde 1 de fevereiro de 2023, as empresas com mais de 250 trabalhadores são obrigadas a ter uma força de trabalho composta por 2% de pessoas com deficiência. Porém, desde 1 de fevereiro de 2024, empresas com 75 a 249 trabalhadores têm de cumprir uma quota de 1% de emprego para portadores de deficiência. Salientamos que estão excluídas desta lei as pequenas e médias empresas (PME).
Apoios à empregabilidade de profissionais com deficiência
Apesar do avanço na legislação e da maior consciencialização por parte dos empregadores, ainda há desafios a superar. Muitas empresas enfrentam dificuldades em cumprir a Lei da Contratação de Pessoas com Deficiência devido:
- Falta de infraestruturas adequadas
- Falta de equipamentos
- Falta de informação sobre como integrar pessoas com deficiência
Existe ainda o problema das pessoas com incapacidade que nem sequer chegam a candidatar-se por falta de conhecimentos sobre os seus direitos ou excesso de burocracia.
Onde procurar estes apoios?
Existem iniciativas e apoios disponíveis para promover a empregabilidade das pessoas com deficiência em Portugal, destacando-se as medidas promovidas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
PARA EMPRESASb
Medida Compromisso Emprego Sustentável:
Esta medida é um dos principais apoios que oferece incentivos financeiros às empresas que contratam desempregados inscritos no IEFP em contratos sem termo. Para portadores de deficiência, esse apoio é ainda mais significativo, com um aumento de 35%. Além disso, as empresas beneficiam de uma redução na Taxa Social Única (TSU) no primeiro ano de contratação.
Adaptação de Postos de Trabalho e Eliminação de Barreiras Arquitetónicas:
É outro apoio importante que proporciona recursos financeiros para as empresas que necessitam de adaptar o local de trabalho para os seus funcionários com deficiência.
Marca Entidade Empregadora Inclusiva:
O IEFP reconhece também as empresas que promovem a inclusão de pessoas com deficiência com a atribuição da Marca Entidade Empregadora Inclusiva, conferindo destaque às práticas inclusivas adotadas.
PARA PROFISSIONAIS
Para os trabalhadores, o IEFP desenvolveu o Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiência e Incapacidade, que abrange várias modalidades no âmbito da reabilitação profissional.
- Apoio à Qualificação - ações de formação inicial e contínua para obtenção e manutenção de emprego, bem como progressão na carreira
- Apoios à Integração, Manutenção e Reintegração no Mercado de Trabalho
- Emprego Apoiado - inclui os Estágios de Inserção
Melhores empregos para os deficientes
A escolha de empregos para pessoas com deficiência deve ser baseada não apenas nas suas habilidades e limitações, mas também nas suas paixões, interesses e objetivos de carreira. É importante que as pessoas com deficiência tenham oportunidades de explorar diferentes campos profissionais e encontrar empregos que sejam gratificantes e significativos para elas.
No entanto, abaixo apresentamos uma lista de várias profissões consideradas mais indicadas ou acessíveis para pessoas com diferentes tipos de incapacidade.
DEFICIÊNCIA MENTAL OU DE APRENDIZAGEM
- Recepcionista: Esta função envolve responsabilidades rotineiras e estruturadas que podem ser facilmente adaptadas para acomodar diferentes níveis de capacidade cognitiva (atender chamadas telefónicas, receber visitantes e fornecer informações básicas).
- Atendimento ao cliente: As tarefas envolvidas muitas vezes incluem responder a perguntas simples, resolver problemas básicos e fornecer assistência básica. Com um treino adequado e supervisão, pessoas com diferentes ritmos de aprendizagem podem desempenhar essas funções.
- Hotelaria e serviços de alimentação: São áreas que oferecem uma variedade de funções, desde tarefas simples até responsabilidades mais complexas, permitindo acomodar diferentes níveis de habilidade e oferecer oportunidades de crescimento profissional.
- Fabricação e Montagem: Muitas vezes envolvem tarefas repetitivas e estruturadas, que podem ser adaptadas para diferentes capacidades cognitivas, proporcionando uma oportunidade significativa de emprego.
- Áreas criativas: Profissões criativas, como design gráfico, música ou fotografia, oferecem um espaço para expressão individual e criatividade, onde as pessoas podem explorar e desenvolver as suas habilidades artísticas de forma adaptada às suas necessidades.
DEFICIÊNCIA FÍSICA
- Profissões de escritório: Contabilidade, Recursos Humanos, TI e Web Design são exemplos de áreas em que as pessoas trabalham maioritariamente em ambiente de escritório (ou remotamente), desempenhando funções em computadores. São profissões que oferecem oportunidades para pessoas com deficiência física desempenharem funções significativas.
- Terapeuta: Muitas vezes trabalham em ambientes clinicamente adaptáveis e podem focar em terapias que não dependem de mobilidade física, tornando esta profissão acessível para pessoas com este tipo de deficiência.
- Operador de Call Center: Esta função envolve principalmente comunicação por telefone ou online, permitindo que as pessoas trabalhem sentadas e realizem tarefas que não dependem de mobilidade física.
- Operador de Caixa de retalho: É uma posição adequada para pessoas com deficiência física por não exigir grande mobilidade física.
DEFICIÊNCIA VISUAL
- Massagista: É um trabalho que se baseia principalmente no sentido do tato e na sensibilidade tátil, permitindo que pessoas cegas desempenhem as suas funções com precisão e eficácia.
- Professor de música: É uma profissão acessível pelo facto de a música ser percepcionada através da audição, permitindo que se transmitam conhecimento e habilidades musicais a qualquer tipo de alunos.
- Locutor e/ou operador de som em rádio e podcast: Nestas áreas, a comunicação é verbal. Logo, com o uso de equipamentos de áudio adaptados a pessoas invisuais, é possível que estes profissionais façam produção de conteúdo sonoro.
- Terapeuta ocupacional: Esta profissão é indicada para pessoas cegas porque se concentra em ajudar os outros a realizar atividades diárias e a adaptar-se a ambientes físicos, o que pode ser feito com base em conhecimentos táteis e auditivos, sem a necessidade de visão.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
- Intérprete e/ou instrutor de Língua Gestual: São profissões quase óbvias para pessoas com deficiência auditiva, uma vez que se valoriza e requer habilidades na língua gestual.
- Profissionais de Marketing: É uma área com muitas tarefas que envolvem comunicação escrita e visual, como criação de conteúdo digital e desenvolvimento de campanhas publicitárias.
- Desenvolvedor de software e websites: Pessoas com surdez adaptam-se bem a estas áreas, pois exigem sobretudo habilidades técnicas e de programação, sem dependerem da audição.
- Tradução de textos: É mais uma área que não envolve a audição, focando-se apenas no texto escrito e na comunicação escrita com clientes, por exemplo.
- Analista financeiro: Esta profissão é acessível para pessoas com surdez, uma vez que muitas das tarefas envolvem análise de dados numéricos e preparação de relatórios financeiros, que podem ser realizados sem depender da audição.
Agência de emprego: Valor T
A Agência Valor T nasceu para apoiar os talentos das pessoas com deficiência em Portugal e combater a exclusão social das mesmas. Desde 2021, tem sido uma ponte entre este grupo discriminado e o mercado de trabalho.
É uma Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que promove a empregabilidade de portadores de deficiência e oferece suporte contínuo durante o processo de integração no mercado de trabalho, com um acompanhamento que pode durar até 18 meses.
Se necessário, a Valor T pode sugerir ao candidato que participe em programas de desenvolvimento de competências para aprimorar as suas habilidades em diversas áreas.
Por que precisamos de um mercado de trabalho inclusivo e como contribuir para essa causa?
Como temos dito ao longo do artigo, as pessoas portadoras de deficiência têm habilidades valiosas e oferecem uma diversidade de perspectivas e experiências que enriquecem os ambientes de trabalho e contribuem para o sucesso das empresas. No entanto, essas habilidades não são reconhecidas da mesma forma devido a estigmas e preconceitos.
COMO PODEMOS MUDAR ISSO?
📌 Sensibilização e Educação: É crucial aumentar a consciencialização sobre as habilidades e capacidades deste grupo da população, combatendo estereótipos e preconceitos.
📌 Acessibilidade física e digital: É fundamental garantir que os locais de trabalho sejam acessíveis a todos, seja através de adaptações físicas ou tecnológicas, promovendo a inclusão.
📌 Políticas de emprego inclusivas: A implementação de políticas que incentivem a contratação e retenção de funcionários com deficiência, como quotas de emprego e incentivos fiscais, pode contribuir para criar um ambiente mais inclusivo.
📌 Formação e capacitação: Oferecer programas de formação e capacitação específicos para pessoas com deficiência, adaptados às suas necessidades, pode aumentar as suas oportunidades de emprego e progressão na carreira.
📌 Apoio às empresas: Fornecer apoio e recursos aos empregadores para facilitar a contratação e integração destas pessoas, incluindo orientação sobre adaptações no local de trabalho e sensibilização.
📌 Promoção da diversidade e inclusão: Incorporar a diversidade e a inclusão como valores fundamentais nas políticas e práticas das empresas, promovendo um ambiente de trabalho que valorize e respeite as diferenças individuais.
Conclusão
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é fundamental não apenas por uma questão de justiça social, mas também para enriquecer as organizações com uma diversidade de talentos e perspectivas. Apesar dos desafios ainda presentes, é animador observar os progressos na legislação e a crescente consciencialização por parte dos empregadores.
Informe-se mais sobre as leis e os apoios oferecidos pelo estado. Procure trabalho nas áreas mais acessíveis, mas não desista dos seus sonhos de carreira. Não se esqueça de seguir as nossas dicas práticas para a procura de emprego e aproveitar os recursos disponíveis.
Com determinação, apoio mútuo e um compromisso contínuo com a inclusão, podemos construir um futuro onde o talento e a contribuição de todos sejam verdadeiramente valorizados e celebrados.