Uma das razões pela qual o trabalho do designer gráfico é tão importante nos dias de hoje é devido ao grande número de sites. Se um site não tiver um bom design, aproximadamente 38% dos utilizadores não interagirão com ele. Isto é apenas um exemplo do trabalho importantíssimo que os designers têm nesta época tão digital.
Apesar do aumento de vagas existentes nesta indústria, também tem aumentado o número de designers qualificados. Os que conseguem cargos com melhores condições de trabalho e melhores salários são aqueles que têm um currículo de designer que destaca as suas habilidades e experiência relevante. Neste artigo veremos o que é essencial para teres um bom CV para que possas obter o teu emprego desejado.
Estatísticas de emprego e salários para designer gráfico
- Salário mensal médio no início da carreira: 770€.
- Salário mensal médio com 10 a 20 anos de experiência: 1500€.
- Aproximadamente 59% das designers gráficas em Portugal são mulheres.
- Maior procura de designers gráficos por cidade: Lisboa (25%), Porto (9%), Torres Vedras (8%).
Como escrever um currículo de designer gráfico
O mais importante quando queres começar a escrever o teu currículo de designer gráfico é a estrutura e a informação que podes (e deves) incluir. Algumas informações são essenciais e não devem ser excluídas, enquanto outras não são pertinentes e podem diminuir o valor do teu CV. Foca-te nos objetivos dum curriculum vitae:
- Apresentar dados básicos.
- Salientar pontos fortes e informações relevantes.
- Mostrar ao recrutador que és um candidato ideal.
Veremos em seguida o layout dum bom currículo de designer gráfico e os melhores formatos e estruturas de acordo com a tua informação.
Layout
O layout consiste nas várias seções que devem estar presentes no teu currículo. Algumas são mais importantes, outras são menos. Vão variar de acordo com a tua experiência e com os teus objetivos na candidatura. Elas são:
- Cabeçalho
- Resumo
- Habilidades
- Educação
- Experiência
Ainda podes adicionar mais seções que veremos mais para o fim deste artigo. Mas aqui seguem alguns exemplos:
- Trabalho voluntário
- Passatempos
- Portfólio
- Idiomas
- Publicações
Estrutura e formatos
A maneira como vais estruturar o teu currículo vai depender do formato que decides usar. Existem três que vão apresentar a tua informação da melhor forma. Vamos vê-las agora e depois veremos alguns exemplos de quem deverá usar cada um.
- Formato cronológico: se tiveres bastante experiência profissional, poderás usar este formato. Apresentarás a tua informação de forma cronológica, a começar da mais recente.
- Formato funcional: no caso de teres pouca experiência e teres mais necessidade de apresentar as tuas habilidades e educação, o formato funcional destina-se a ti.
- Formato misto: é a junção dos últimos dois formatos. Dás igual valor à experiência e às habilidades. Não é recomendado para estudantes ou recém-licenciados.
Através da definição destes formatos, podemos perceber melhor os seguintes exemplos. Um candidato com bastante experiência e fortes capacidades que queira subir na empresa onde está ou passar a um cargo de supervisão deverá usar o formato misto. Estudantes ou recém-licenciados, e outras pessoas com menos experiência, devem usar o funcional. O cronológico é mais adequado a candidatos com experiência que querem mudar para um cargo semelhante.
👇 Agora vamos completar o teu currículo de designer gráfico com as várias seções.
Cabeçalho
O cabeçalho deste documento vai servir para apresentares os teus dados básicos. Estes são:
- Nome completo
- Número de telemóvel
- Endereço eletrónico
- Local onde moras
Esta seção deve ser sempre a primeira parte do currículo. Os recrutadores querem saber os teus dados básicos para que possam contatar-te no caso de passares às próximas fases da candidatura. Destes dados, o nome completo deve ser o primeiro apresentado.
Vamos ver dois exemplos de cabeçalhos para que possas ver como deves e não deves fazer.
No primeiro exemplo, podemos reparar no nome completo, contato telefónico e endereço eletrónico, e local. Estão aqui todas as informações necessárias para que esta candidata pode ser contactada mais à frente no processo. No segundo exemplo podemos ver um contato de telefone e telemóvel, mas não tem e mail, que é dos principais métodos de contato hoje em dia. Além disso, tem a morada do candidato, que não é necessária. Apenas precisava da cidade.
Endereço eletrónico
Devido à sua importância como método de contato, a criação dum endereço eletrónico deve seguir várias regras para que possa ser utilizado no mundo profissional. Não te esqueças destas sugestões quando queres criar um novo endereço:
- Deves usar o teu nome, ou algumas iniciais. Não utilizes palavras que podem dar um aspeto pouco profissional.
- Podes usar alguns números e sinais de pontuação, mas não devem ser usados em excesso.
- No geral, contas Gmail são vistas como sendo mais profissionais quando comparadas com outras.
Fotografia
Em Portugal, é normal incluir uma fotografia num currículo. Pode ser posta no cabeçalho, pois pode ser visto como um dado básico sobre a tua identidade. No entanto, algumas empresas podem pedir que não incluas uma imagem tua por razões de discriminação. É recomendado que a fotografia seja apenas da tua cara e ombros, usando roupa profissional. No entanto, algumas empresas de design poderão dar valor à tua criatividade pois corresponde ao emprego. Dito isto, quaisquer imagens que enviares devem ser sempre profissionais.
Resumo profissional: o cartão de apresentação do teu CV
Após o cabeçalho, podes incluir um resumo breve e conciso que apresenta algumas das tuas experiências, habilidades, e os teus objetivos para o trabalho ou a tua carreira. Esta seção ainda é pouco usada mas é cada vez mais valorizada pelos recrutadores. É um parágrafo que eles podem consultar rapidamente para ver se és um candidato ideal ou não.
Seguem dois exemplos de resumos, um correto e um incorreto, para que possas perceber melhor o que é esta seção.
Estes exemplos demonstram uma grande diferença entre o profissionalismo dos candidatos. O primeiro salientou informações relevantes acerca da educação, experiência profissional, competências e objetivos. Em apenas quatro frases, demonstra a uma recrutadora se tem as aptidões necessárias ou não.
O segundo caso tem informação incompleta e até em falta. Poderá especificar qual é o curso que estudou, quantos anos de experiência tem, mais algumas competências que poderão ser úteis ao cargo, etc.
Melhores habilidades de design gráfico
Existem muitas competências que são absolutamente necessárias para encontrares um bom emprego de design gráfico. Existem ainda mais que não são essenciais mas que vão ser a diferença entre ti e os outros candidatos. Na seção das habilidades, vais listar todas as que são relevantes para o emprego e que vão aumentar as tuas hipóteses de seres escolhido.
Há duas categorias de competências que vamos ver a seguir: as soft e as hard skills.
Soft skills
Soft skills são aquelas competências que estão relacionadas mais com a personalidade de cada um. São habilidades sociocomportamentais que ajudam as pessoas a lidar com determinadas situações. Geralmente ocorrem naturalmente na personalidade de cada um, mas podem ser aprendidas e desenvolvidas ao longo dos anos.
👇 Seguem alguns exemplos:
- Paciência
- Empatia
- Gestão de tempo
- Comunicação
- Auto-avaliação
- Adaptabilidade
- Resolução de conflitos
- Trabalho de equipa
Podes pensar que estas habilidades estão mais ligadas aos empregos de apoio ao cliente. No entanto, todos os profissionais têm de saber interagir com outras pessoas, sejam elas colegas, chefes, ou clientes. Para poderes apresentar as tuas ideias a um cliente que não percebe as artes visuais, poderás precisar de paciência e empatia para seres capaz de explicar o teu projeto.
Hard skills
As hard skills são competências técnicas mais diretamente ligadas às tuas funções como designer gráfico. Enquanto que seres capaz de gerir bem o teu tempo pode ser necessário em muitos trabalhos, para trabalhares no design gráfico precisas de usar software como Adobe CS5 ou trabalhar em peças publicitárias.
👇 Alguns exemplos de hard skills ligadas às artes visuais são:
- Tipografia
- Desenho à mão livre
- Desenho digital
- Utilização de software de design (Pacote Adobe, Canva, CorelDraw)
- Branding
- Design de websites
- Princípios de design (cor, hierarquia, repetição, contraste, etc.)
- Edição de fotografias
Todas estas habilidades são aprendidas em cursos, workshops, e no trabalho. Ou seja, na prática. Podes ser uma pessoa naturalmente empática, mas ninguém nasce a saber usar software de edição de fotografia.
Se tiveres bastantes aptidões, aponta as mais relevantes ao cargo e aquelas em que tens uma maior proficiência. Lê sempre o enunciado da candidatura com atenção para saberes as habilidades mais valorizadas pela empresa.
Experiência profissional (se a tiveres ou não)
Muitas pessoas pensam que a experiência prévia é a parte mais importante do currículo, mas nem sempre é verdade. Claro que é muito improvável chegares a designer gráfico sénior se não tiveres experiência na indústria ou de supervisão noutra área. No entanto, os estudantes e recém-licenciados têm pouca ou até nenhuma experiência e conseguem cargos de boa qualidade. O que importa é como apresentas esta informação.
Vamos começar pelas pessoas com muita experiência profissional. Podem apresentar estas informações de forma cronológica, das mais recentes aos mais antigos, ou escolher os mais pertinentes para o emprego que procuram. Deves incluir o cargo, o sítio onde trabalhaste, a duração do emprego, e também podes falar de algumas das tuas funções ou as aptidões que desenvolveste.
Por exemplo:
Se tiveres pouca experiência na área de design, não há problema. Podes incluir qualquer emprego que tenhas tido. Se trabalhaste na manutenção de piscinas, tens experiência em lidar com clientes, sabes trabalhar autonomamente, sabes gerir o teu tempo, etc. Apesar de não serem ligadas especificamente ao design gráfico, estás a demonstrar que tens várias soft skills que são transferíveis a esta indústria.
No caso de não teres experiência nenhuma, foca mais nas habilidades e na educação. Também podes incluir trabalhos voluntários, estágios, e até objetivos que tens para o emprego e para a tua carreira.
Educação: como incluir os teus estudos
A seção da educação é muito importante para estudantes ou pessoas que acabaram recentemente os estudos. Vai demonstrar que tens uma forte componente académica e que desenvolveste habilidades necessárias para as tuas futuras funções.
Para quem tem bastante experiência profissional, esta seção não é tão importante, mas é sempre uma boa ideia incluires o teu grau de escolaridade. Se tiveres igual experiência que outro candidato mas tens um mestrado enquanto que ele tem uma licenciatura, podes ter uma vantagem.
👇 Vamos ver alguns exemplos:
Seções adicionais para o currículo de designer gráfico
Como mencionamos acima, existem várias seções adicionais que podem dar mais peso ao teu currículo de designer gráfico. Algumas delas são:
- Trabalho voluntário
- Idiomas
- Portfólio
- Passatempos
- Publicações
Apesar de não serem tão essenciais como as outras seções, estas adicionais podem dar-te uma vantagem sobre os outros candidatos. Vamos pegar em algumas destas seções como exemplos.
Idiomas
Em Portugal, é muito habitual trabalhares para empresas sediadas no estrangeiro com clientes estrangeiros. É provável que estas pessoas não falem português, por isso os recrutadores podem valorizar os designers que falam outros idiomas.
Um simples gráfico ou uma lista serve para anotares a tua proficiência noutras línguas. Por exemplo:
Se tiveres algum certificado que demonstre as tuas capacidades, podes fazer nota no currículo e, se o recrutador pedir, enviar em anexo.
Portfólio
Nos empregos criativos, é bastante comum que os empregadores peçam o teu portfólio onde demonstras os trabalhos que já fizeste. No mundo do design gráfico, visto que é muito visual, o teu portfólio deverá ser um documento à parte. Dito isto, podes listar algumas das partes mais importantes no teu currículo.
Uma das outras formas de incluir esta seção é apontar o link do teu portfólio digital. Se tiveres um site ou documento onde os teus trabalhos podem ser vistos, cria uma hiperligação para fácil acesso.
Resumindo: escrever um currículo de designer gráfico perfeito
Já apresentamos os nossos conselhos para criar currículos incríveis para designers gráficos. Vamos resumir toda a informação aqui para consultares de maneira fácil.
Escolher um formato para o teu currículo é o primeiro passo. Deve ser cronológico, funcional, ou misto. Quando souberes como vais estruturar este documento, começa pelo cabeçalho com os teus dados básicos (nome, endereço eletrónico, contato telefónico, e o local onde moras), seguido por um resumo conciso da tua experiência, as tuas habilidades e os teus objetivos.
O próximo passo é listares as tuas competências, a tua educação e a tua experiência profissional. Por fim, podes adicionar algumas seções que te poderão dar a vantagem sobre os outros candidatos (idiomas, portfólio, passatempos, etc.).
Complemente o teu currículo com uma carta de apresentação
Agora que sabes criar um ótimo currículo de designer gráfico, podes focar a tua atenção numa excelente carta de apresentação. Nem todas as empresas pedem, mas tens sempre a hipótese de enviar. Se for especificamente pedida no anúncio, é muito importante que envies e que seja um documento bem estruturado.
É uma maneira de apresentar informações que não escreveste no currículo. Por exemplo, porque tiraste uma pausa durante a universidade. No currículo pode parecer um espaço em branco, mas na carta de apresentação podes oferecer uma explicação detalhada. Também podes falar das tuas preferências a nível de cargos e funções num novo trabalho.