A importância dos analistas de dados tem-se tornado cada vez mais importante devido ao ênfase dado aos sistemas informáticos em todo o mundo e em todas as indústrias. Um bom analista tem a capacidade de estudar os dados, perceber os padrões presentes e apresentá-los às empresas para que estas possam desenvolver os seus produtos da melhor forma.
Estas empresas procuram os melhores profissionais do país. A melhor maneira de te destacares na lista de candidatos é com um currículo incrível que salienta todos os teus pontos fortes e relevantes para o cargo. Ao seguires os nossos conselhos, vais aumentar as tuas hipóteses de seres contratado pelas melhores empresas.
Estatísticas sobre analistas de dados em Portugal
- A maioria dos analistas de dados em Portugal são homens.
- As cidades com maior taxa de emprego são Lisboa e Porto.
- O salário mensal médio é de 1,175€.
Currículo de analista de dados - seções a incluir e como estruturá-las
Existem várias seções que irão fazer parte do teu currículo. A importância de cada seção vai depender da experiência que tens e do cargo que procuras. Vamos perceber quando é que deves destacar, por exemplo, a tua educação acima da experiência profissional e vice-versa. Mas antes disso, vamos listar as seções que deves incluir sempre.
Uma etapa importante na criação dum currículo é a leitura da descrição da vaga. É aqui que vais retirar informações relevantes sobre o cargo e os detalhes que deves incluir no CV. Como analista de dados, deves ter muitas habilidades. Mas se dada empresa procura alguém com experiência a usar Javascript, e tu tens esta habilidade, deves destacá-la acima das tuas outras competências.
Layout
Vamos estudar cinco seções diferentes que deves incluir no teu curriculum vitae. Elas são:
- Cabeçalho
- Educação
- Experiência
- Resumo
- Habilidades
A soma dos detalhes apresentados nestas seções é o que vai convencer os recrutadores que és um candidato fantástico para o cargo que eles pretendem preencher. Estes detalhes devem ser pertinentes à candidatura e apresentados em determinadas ordens. Vamos ver vários formatos para ordenar estas seções agora.
Formatos e estrutura
A melhor maneira de estruturar o teu currículo é com um dos seguintes formatos:
- Formato cronológico
- Formato funcional
- Formato misto
Cada um destes formatos vai destacar diferentes partes das informações que vais apresentar. Isso vai permitir que pessoas variadas possam salientar os seus pontos fortes. O formato funcional, por exemplo, é mais adequado para estudantes ou candidatos que acabaram recentemente o seu curso. Têm várias habilidades relevantes, mas pouca experiência profissional. Por isso, devem dar mais ênfase aos estudos e às competências e deixar a seção da experiência para o fim.
Por outro lado, candidatos com bastante experiência laboral que querem mudar de empresa devem destacar a experiência. Isso não significa que a educação não seja pertinente também, mas não é tão importante. Neste caso, devem usar o formato cronológico. De acordo com o nome, deves listar a tua experiência do mais recente ao mais antigo.
Por fim, o formato misto vai dar pouco destaque aos estudos. O mais importante são as competências e a experiência. Este formato destina-se a candidatos com bastante experiência e fortes habilidades que querem subir para um cargo mais importante. Por exemplo, de analista de dados a chefe de equipa. A experiência laboral deve dar mais ênfase aos trabalhos mais relevantes, não necessariamente à ordem cronológica deles.
Cabeçalho: título e contatos
O cabeçalho é a primeira seção que vamos ver e a primeira que deves preencher no teu currículo. Deve estar no topo da página e incluir o teu nome completo e os teus contatos. Podes incluir um contato telefónico (preferencialmente um número de telemóvel) e um e mail.
O teu e mail deve ser profissional e não incluir demasiados dígitos ou sinais de pontuação. E não deves utilizar palavras que demonstram qualquer preferência ou que não tenham importância. Vamos ver alguns exemplos mais à frente.
Também podes incluir o local onde moras, mas evita escrever a tua morada completa. Pode haver casos de discriminição devido a esta informação.
A inclusão de fotografia também pode causar casos de discriminição. Em muitos países, currículos com imagens dos candidatos não são aceites. Em Portugal, continua a ser uma prática comum. Podes tomar a tua própria decisão se queres incluir uma fotografia ou não. Recomendamos que leias a descrição da vaga com atenção para verificar se o recrutador quer ou não uma imagem tua.
👇 Vamos ver dois exemplos de cabeçalhos:
O exemplo correto contém as informações necessárias: nome completo, um contato telefónico, um e mail, e a localidade. O exemplo incorreto não tem o nome do candidato, apenas uma alcunha. Tem dois contatos telefónicos e um e mail com palavras irrelevantes e números a mais. Por fim, contém a morada completa.
Resumo profissional
Geralmente, o resumo deve vir depois do cabeçalho. É com este parágrafo sucinto que vais tentar captar o interesse da recrutadora. Em média, os recrutadores gastam apenas seis segundos a ler um currículo. Nesse tempo, conseguem perceber se um candidato tem as competências necessárias ou não para o cargo.
Se tiveres um bom resumo, consegues demonstrar que és um candidato ideal. Deves incluir algumas das tuas competências mais fortes e relevantes para o emprego, incluir alguns fatos sobre a tua educação e experiência profissional, e falar de alguns dos teus objetivos para o trabalho ou para a tua carreira.
Em seguida, podes ver dois exemplos de resumos: um correto e outro incorreto.
O primeiro exemplo contém as informações mais importantes e pertinentes sobre o candidato. Demonstra detalhes que irão ser melhor explicados nas seções seguintes, mas tem informação suficiente para manter o interesse do empregador. Por outro lado, o segundo exemplo oferece muito pouca informação. Não dá detalhes sobre a licenciatura, nem dos anos de experiência. Demonstra que o candidato tem uma falta de profissionalismo.
Educação
Existem várias informações a incluir na seção da educação. Podes fazer uma lista dos cursos que estudaste que são relevantes para o emprego. Ou seja, não tens de adicionar o teu tempo no ensino secundário à lista.
A melhor forma de apresentar esta lista é por referir o nome do curso, o estabelecimento de ensino e a duração do curso. Ainda podes adicionar algumas das disciplinas do curso ou quaisquer projetos que desenvolveste nesse tempo se forem pertinentes à candidatura.
👇 Seguem dois exemplos:
Experiência profissional (e o que fazer se não a tiveres)
Se já tiveres bastante experiência laboral, podes demonstrar aos empregadores que sabes trabalhar como analista de dados com uma simples lista dos teus empregos passados. Essa lista pode ter uma estrutura semelhante à da seção da educação. No entanto, além da duração, vais apresentar o cargo, a empresa e algumas das tuas funções. Por exemplo:
No caso de não teres experiência no mundo da análise de dados, não tens de te preocupar. Podes fazer uma lista que contém detalhes sobre os empregos que já tiveste. Se trabalhaste noutra área, ainda vais ter habilidades que podem ser transferíveis. Por exemplo, se trabalhaste num call centre, sabes trabalhar em equipa e utilizar sistemas de comunicação interna como o Slack.
Segue um exemplo:
Se ainda não tiveste nenhum emprego porque estavas dedicado aos teus estudos, podes incluir estágios nesta seção ou apresentar alguns dos teus objetivos para o trabalho.
Melhores habilidades para a análise de dados
As habilidades que desenvolveste na universidade ou durante o trabalho devem estar apresentadas numa seção onde possam estar destacadas e possam ser consultadas facilmente. Existem dois tipos de habilidades que deves incluir no teu currículo: hard skills e soft skills. Vamos estudar estas duas categorias, perceber as diferenças e ver vários exemplos de cada uma.
Hard skills
As competências técnicas, também chamadas hard skills, são aquelas que te permitem realizar as tuas funções. São necessárias para poderes ser contratado na tua área e é por isso que deves escolher as mais pertinentes para o cargo para que o teu currículo seja um destaque.
Existem muitas competências que uma analista de dados pode ter, e seguem apenas alguns exemplos. Podes refletir se tens estas habilidades e ver se podem encaixar no teu currículo.
- Conhecimento de linguagens de programação (C++, Python, Java)
- Apresentar insights
- Estudar tendências
- Data cleaning
- Data visualization
- Structured Query Language (SQL)
- Apresentar estatísticas
- Criar relatórios
Soft skills
Ao contrário das hard skills, as soft skills (ou competências sociocomportamentais) não são essenciais para desempenhares as tuas funções mas vão te servir para poderes integrar uma equipa e gerir as tuas funções. Vamos ver alguns exemplos para que estas habilidades possam ser melhor percebidas.
- Adaptabilidade
- Comunicação
- Gestão de tempo
- Resolução de conflitos
- Trabalho em equipa
- Liderança
- Paciência
- Empatia
Podes ver através destes exemplos que as soft skills dependem da personalidade e das capacidade naturais de cada um. Podem ser aprendidas e desenvolvidas ao longo do tempo, mas existem pessoas que têm mais facilidade em cada uma. Por exemplo, há pessoas que são naturalmente empáticas e não precisam de desenvolver esta competência.
Seções adicionais num currículo de analista de dados
Depois de preencheres as seções mais importantes referidas acima, podes completar o teu currículo com algumas adicionais que vão demonstrar mais competências que tens ou trabalhos que já fizeste.
👇 Seguem alguns exemplos de seções adicionais:
- Idiomas
- Competências digitais
- Publicações
- Trabalho voluntário
Algumas destas seções podem ser apresentadas como listas, tais como os idiomas ou as competências digitais. No caso dos trabalhos voluntários, podes apresentar a informação tal como fizeste na seção da experiência, indicando o cargo, a empresa ou associação, e algumas das funções que desempenhaste.
Idiomas
Vamos pegar nos idiomas como exemplo de como podes incluir uma seção adicional no fim do currículo. Podes fazer um gráfico ou uma imagem, ou apenas uma lista simples. Deves indicar o idioma e o grau de proficiência que tens. Ainda podes fazer nota de qualquer certificação que tenhas que demonstre que participaste em alguma formação ou curso para desenvolver a competência linguística.
- Inglês - C2, certificação Cambridge
- Francês - C1
- Italiano - B2
- Alemão - A2
O conhecimento de outras línguas pode te dar uma vantagem sobre os outros candidatos. Para certos empregos, podes precisar de saber outro idioma para poderes ser considerado para o cargo. Existem muitas empresas internacionais sediadas em Portugal. Os recrutadores para estas empresas podem procurar apenas candidatos que saibam falar inglês ou até outra língua.
Sumário: escrever o CV perfeito para uma analista de dados
Já vimos as seções mais importantes a incluir num currículo de analista de dados e algumas maneiras de as estruturar. Vamos resumir toda a informação apresentada para que possas consultá-la de forma eficaz.
O primeiro passo deve ser ler a descrição da vaga para que possas saber que habilidades deves destacar no currículo. É uma boa forma de demonstrar ao recrutador que leste o enunciado com atenção.
A seguir, deves preencher o cabeçalho com os teus dados básicos: nome, contato telefónico e e mail. Tens a possibilidade de incluir a localidade onde moras e uma fotografia. Depois do cabeçalho vem o resumo profissional. É aqui que vais captar a atenção dos recrutadores. Tem de ser um parágrafo conciso que inclua algumas habilidades, alguma informação sobre a tua experiência profissional e a tua educação, e alguns objetivos para a tua carreira.
O próximo passo é preencher o corpo do currículo, ou seja, as seções das competências (com hard e soft skills), da educação e da experiência. Por fim, podes adicionar algumas seções para os idiomas que falas, as tuas competências digitais, etc.
Entra no mercado de trabalho com uma carta de apresentação
O currículo não é o único documento pedido na fase de recrutamento. A carta de apresentação pode ser outro requisito para poderes candidatar-te a dado emprego. Isso vai depender da empresa e dos recrutadores, pois nem todos pedem que envies este documento. Mais uma vez, recomendamos que leias a descrição da vaga para saber se é necessário ou não.
A carta de apresentação dá-te a possibilidade de apresentar mais informações úteis sobre ti. O currículo contém bastante informação mas apresentada de forma sucinta. A carta de apresentação pode ser utilizada para oferecer mais detalhes. Por exemplo, se tiraste uma pausa nos estudos por motivos de saúde, podes explicar esse período aqui. No CV, aparecerá apenas como um espaço em branco.